Na contramão de discursos que buscam o que cabe “para todos”, temos a difícil missão de engajar o sujeito numa busca um tanto solitária por aquilo que é singular, em nome do seu próprio desejo.
Assistimos e intervimos nesse movimento tão potente que é acolher as familiaridades, aquilo que recebemos dos outros e que nos constitui, e apostar numa desfamiliarização, com uma visada importate: a construção de um saber próprio. É como bater à porta do sujeito, convocando-o e apostando que também é possível criar algo novo, em nome próprio.
Guardo um trecho muito bonito de Françoise Dolto aqui comigo há algum tempo, e compartilho aqui com vocês: “Temos que lembrar constantemente que nosso trabalho consiste em fazer advir o sujeito a ele mesmo e em ajudá-lo a se encontrar em suas contradições. A partir disso, ele pode fabricar para si uma unidade interior que lhe permitirá falar em seu próprio nome, em todo lugar em que se encontrar, mesmo que aja de um modo que não agrade aos vizinhos, por exemplo.” – É isso. Dolto e sua habilidade de dizer de forma simples questões tão complexas!
O objetivo da psicanalise é levar a pessoa de volta à sua singularidade.